O
governo desistiu de acabar com o Fator Previdenciário nas
aposentadorias por tempo de contribuição nesta gestão da
presidente Dilma Rousseff. O tema, polêmico, foi usado como trunfo
por Dilma em negociações para aplacar a ira de aposentados e
sindicalistas no auge das manifestações de junho.
O
chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, já
avisou aos ministros envolvidos nas discussões iniciadas em junho
que a presidente "não quer tocar" o assunto em plena
recuperação de sua popularidade. O tema, informou uma fonte
qualificada ao jornal O Estado de S. Paulo, só voltará à agenda do
governo antes de 2015 em caso de nova catarse nas ruas, hipótese
tida como improvável pelo governo federal.
A
alteração do atual modelo, que reduz o valor das aposentadorias em
até 30%, deve ser oferecida como um benefício aos eleitores nos
palanques de políticos aliados durante a campanha de 2014. Assim,
deputados e senadores em busca de novos mandatos poderão
apresentar-se como "solução política" para "forçar"
o governo a alterar a fórmula de cálculo. Hoje, há quase 5 milhões
de aposentados e 48 milhões de trabalhadores formais na ativa. "Não
é hora de tratar desse tema. Tiramos da prateleira, com as
manifestações de junho, mas agora o assunto refluiu", disse um
ministro.