segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Hora de reduzir a Jornada de Trabalho

Leia artigo de Paulinho da Força, deputado federal, presidente do Solidariedade sobre a jornada de 44 horas semanais

 
Uma das mais fortes bandeiras do movimento sindical em 2014 será a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução salarial. Convergem para esse posicionamento o fato de ser ano eleitoral e a evolução das formas de produção, que têm servido mais para acúmulo de capital do que para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Em nota técnica, o Dieese levanta dezenas de argumentos que mostram a viabilidade e a urgência da redução da jornada. Os principais são os seguintes: os salários no Brasil são baixíssimos com relação a outros países; é falsa a informação que os encargos trabalhistas custam mensalmente para a empresa quase um salário a mais do trabalhador; o peso dos salários no custo da produção é baixo no Brasil, em torno de 22%, e uma redução de 9,09% ma jornada (de 44 para 40 horas) representaria um custo de apenas 1, 99% na produção.

Os benefícios da redução da jornada, pelo contrário, serão enormes. A proposta tem potencial para gerar 2,5 milhões de empregos. A redução também possibilitará aos trabalhadores dedicar mais tempo à família, estudo, lazer e descanso, melhorando sua qualidade de vida. A combinação desses fatores tem o potencial de gerar um ciclo virtuoso de melhor qualificação de trabalhadores, aumento da renda do trabalho, aumento da competitividade de nossos produtos e crescimento econômico com distribuição de renda.

O movimento sindical vai concentrar forças pela redução da jornada, sem redução salarial. Os sindicatos já estão fechando acordos por empresas e reduzindo a jornada. O fato de ser ano de eleições federais aumenta a maleabilidade de políticos de governantes para a puta trabalhista. Isso reforça a necessidade de mobilização, pois a aprovação de uma mudança estrutural como a redução da jornada é algo que depende muito mais da pressão política e popular do que a agenda do Congresso.

Paulinho da Força é deputado federal e presidente do Solidariedade


Fonte: Diário de S. Paulo

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